Nova pesquisa Genial/Quaest indica alta na desaprovação ao Governo Lula e recuo na aprovação popular
Uma pesquisa de opinião divulgada nesta terça-feira (4) pelo instituto Genial/Quaest aponta uma leve deterioração na percepção da população em relação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os dados mostram que a desaprovação ao governo federal aumentou de 56% em março para 57% em maio deste ano, enquanto a taxa de aprovação caiu de 41% para 40% no mesmo intervalo.
Embora as variações numéricas sejam pequenas, elas indicam uma tendência de desgaste na imagem do governo, especialmente em regiões estratégicas do país, como o Sudeste. De acordo com o levantamento, a desaprovação entre os moradores dessa região passou de 59% para 61%, revelando um aumento de dois pontos percentuais na insatisfação local com a gestão petista.
A região Sudeste, que inclui estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, é a mais populosa e eleitoralmente relevante do Brasil. O aumento da desaprovação neste recorte territorial tem peso significativo, especialmente considerando o histórico de oscilação do apoio a Lula e ao Partido dos Trabalhadores (PT) nessa parte do país. A avaliação negativa no Sudeste pode indicar dificuldades políticas futuras, tanto para a governabilidade quanto para projetos eleitorais da base governista em 2026.
Um cenário de estabilidade negativa
Apesar de a variação nos números ser considerada estatisticamente discreta, analistas políticos destacam que a estabilidade em patamares altos de desaprovação deve acender um sinal de alerta no Palácio do Planalto. A pesquisa também revela uma dificuldade do governo em reverter percepções negativas ou consolidar conquistas de agenda positiva entre a população.
Desde o início de seu terceiro mandato, Lula tem enfrentado obstáculos para recuperar o mesmo capital político que o consagrou em suas gestões anteriores. A polarização política no país, os efeitos econômicos herdados da pandemia e o custo de vida elevado são fatores que têm influenciado diretamente na avaliação do eleitorado.
Além disso, o governo tem encontrado dificuldades em comunicar seus avanços e medidas populares, como programas sociais e investimentos em infraestrutura. A oposição, por sua vez, tem se mostrado eficiente nas redes sociais e nos espaços públicos de debate, reforçando uma narrativa crítica à gestão atual.
Desafios de comunicação e percepção
Especialistas apontam que um dos maiores desafios do governo Lula no momento é ajustar sua estratégia de comunicação. Embora o presidente mantenha uma agenda ativa de viagens, encontros internacionais e anúncios de programas, parte do público parece não estar sendo atingida de forma eficaz por essas ações.
A queda contínua, ainda que lenta, na aprovação sugere que o eleitorado está exigindo resultados mais concretos no dia a dia, como controle da inflação, redução do desemprego e melhorias visíveis nos serviços públicos. Sem uma resposta rápida a essas demandas, a tendência é que o descontentamento se mantenha ou até mesmo aumente nos próximos meses.
Perspectivas e próximos passos
Com metade do mandato ainda por cumprir, Lula e sua equipe têm margem para reverter a tendência de desaprovação, mas precisarão agir com mais firmeza para melhorar a imagem do governo perante a opinião pública. Isso inclui ajustes na articulação política, maior clareza na divulgação das ações do Executivo e avanços em áreas sensíveis como saúde, educação e segurança pública.
A pesquisa Genial/Quaest, que tem cobertura nacional e foi realizada com uma amostra representativa da população brasileira, tem margem de erro de aproximadamente dois pontos percentuais para mais ou para menos. Esse tipo de levantamento costuma ser acompanhado com atenção pelo governo e por atores políticos em geral, já que funciona como um termômetro do sentimento popular em relação à administração federal.
Se os números servirem de alerta, o governo Lula pode repensar estratégias para recuperar parte do apoio perdido — tarefa fundamental em um cenário político ainda polarizado e de crescente exigência por resultados concretos.
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