Projeção para o PIB do Brasil em 2025 sobe para 2,18%, mas inflação também avança, aponta Boletim Focus
O mercado financeiro revisou positivamente a estimativa de crescimento da economia brasileira para o próximo ano, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (10) pelo Banco Central. A nova projeção aponta que o PIB do Brasil deverá avançar 2,18% em 2025. Na semana anterior, a expectativa era de 2,13%.
Por outro lado, a estimativa para a inflação oficial do país também foi ajustada para cima. Agora, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar o próximo ano em 5,44%, acima dos 5,41% previstos na divulgação anterior. Embora o aumento seja leve, ele indica uma preocupação contínua dos analistas com a persistência da inflação, mesmo diante de um cenário de crescimento econômico.
Expectativas do mercado financeiro seguem em constante revisão
O Boletim Focus é uma publicação semanal do Banco Central que reúne projeções econômicas feitas por mais de cem instituições financeiras. O relatório é considerado uma das principais referências para acompanhar as expectativas do mercado em relação ao desempenho da economia brasileira.
Os ajustes desta semana refletem uma leitura mais otimista sobre o crescimento do país em 2025, embora ainda moderada, combinada com uma leitura cautelosa sobre o comportamento dos preços. De acordo com analistas, o leve aumento na projeção do PIB está relacionado à resiliência do mercado interno, à melhora nas condições de crédito e à expectativa de continuidade de investimentos em setores estratégicos, como infraestrutura e transição energética.
Inflação segue acima da meta e preocupa o mercado
Apesar da melhora na projeção do PIB, a inflação estimada para 2025 permanece acima do centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo — ou seja, entre 1,5% e 4,5%.
Com a nova projeção de 5,44%, o IPCA ultrapassa o teto da meta, o que acende um sinal de alerta para o Banco Central. A autoridade monetária poderá ser pressionada a manter a taxa básica de juros, a Selic, em níveis mais elevados do que o inicialmente previsto, a fim de conter a escalada dos preços.
Selic e câmbio permanecem estáveis nas projeções
Enquanto as projeções para o PIB e a inflação foram ajustadas, as expectativas para a taxa Selic e para o câmbio não apresentaram alterações significativas nesta edição do Focus. O mercado mantém a previsão de que a Selic encerre 2025 em 9,00% ao ano, o que representa uma redução em relação ao patamar atual de 10,25%, mas ainda dentro de uma faixa considerada restritiva para conter pressões inflacionárias.
Já o câmbio deve permanecer estável, com a cotação do dólar estimada em R$ 5,10 no fim do próximo ano. Essa estabilidade cambial pode contribuir para um controle maior da inflação de produtos importados, embora fatores externos, como decisões de juros nos Estados Unidos e oscilações nos preços das commodities, ainda possam impactar o cenário doméstico.
Desafios à frente: conciliar crescimento com controle da inflação
O governo e o Banco Central enfrentam um desafio complexo nos próximos meses: estimular o crescimento da economia sem abrir espaço para uma inflação descontrolada. A expectativa de crescimento do PIB acima de 2% em 2025 é um sinal positivo, principalmente diante das incertezas globais e das pressões fiscais internas. No entanto, o fato de a inflação projetada continuar fora da meta poderá limitar a margem de manobra da política monetária.
Especialistas apontam que o equilíbrio entre o estímulo à atividade econômica e o controle da inflação dependerá de uma série de fatores, como a condução da política fiscal, a evolução dos preços internacionais e o comportamento do consumo das famílias brasileiras.
Próximas decisões do Copom serão fundamentais
Com as expectativas ainda voláteis, os olhos do mercado estarão voltados para as próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), que definirá os rumos da taxa básica de juros. A autoridade monetária terá de considerar cuidadosamente os dados de inflação, crescimento, emprego e cenário internacional antes de tomar decisões que impactarão diretamente o ritmo da economia nos próximos trimestres.
Em resumo, o Brasil caminha para um 2025 com perspectivas um pouco mais otimistas no campo do crescimento econômico, mas com desafios significativos no controle da inflação. A atuação coordenada entre política fiscal e monetária será crucial para garantir um ambiente de estabilidade e confiança.
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